28/03/2024

Pátio nomeia investigado em desvio na AL e condenado por tráfico

O prefeito de Rondonópolis Zé Carlos do Pátio (SD) nomeou um réu por corrupção e um servidor que já cumpriu pena por tráfico para compor o primeiro escalão de seu governo.

Empossado no último domingo (1º), Pátio terá em sua equipe o ex-procurador jurídico da Assembleia Legislativa, Anderson Flávio de Godói (Procuradoria-geral do Município), denunciado pelos crimes de peculato, constituição de organização criminosa e lavagem de dinheiro, e o biólogo João Fernando Copetti Bohrer (Secretaria de Meio Ambiente), que chegou a ser preso na Bahia por tráfico de cocaína.

Anderson Godoi é réu na ação penal derivada da Operação Ventríloquo, que investiga o suposto desvio de R$ 9,4 milhões da Assembleia Legislativa, por meio de pagamentos indevidos ao advogado do Banco HSBC, Joaquim Fábio Mielli de Camargo, para quitar uma dívida do Legislativo com o antigo Bamerindus Companhia de Seguros.

Marcus Mesquita/MidiaNews

Anderson Flávio Godoy

Anderson Flávio de Godoi, réu na ação da Operação Ventríloquo e procurador-geral do município de Rondonópolis

Na ação penal – que tramita sob responsabilidade da juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado -, o procurador-geral de Rondonópolis é apontado como membro de uma suposta organização criminosa e responsável por elaborar um parecer jurídico favorável ao pagamento dos créditos.

Pelo serviço, Anderson teria recebido R$ 50 mil. O procurador-geral nega as acusações e aguarda decisão da magistrada, que deve dar a sentença sob o processo ainda neste ano.

Preso na Bahia

O secretário de Meio Ambiente João Fernando Copetti reponde a uma ação de improbidade administrativa na Comarca de Rondonópolis por ter sido condenado a sete anos de prisão em regime semiaberto por tráfico de drogas, no ano de 2007.

Após cumprir a sentença por alguns anos, em 2015 a pena de João Fernando foi extinta.

De acordo com a ação de improbidade administrativa, em fevereiro de 2007, o secretário de Pátio foi preso em Seabra (BA) por estar transportando mais de 9 quilos de cocaína em um automóvel. A droga teria sido levada de Cuiabá até a cidade baiana.

Na época, João Fernando era servidor público do Estado, trabalhando como agente penitenciário do presídio da “Mata Grande”, em Rondonópolis.

Na ação, protocolada em 2013, o MPE pede que o secretário seja condenado à perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais, pelo período de três anos. Ainda não há sentença nesse processo.

Mudança de secretário

Reprodução

João Fernando Copetti

O secretário de Meio Ambiente, João Fernando Copetti, que foi preso por tráfico de drogas e já teve pena extinta

A suspeita quanto a antecedentes criminais fez com que o prefeito de Rondonópolis deixasse de nomear o secretário-geral do seu partido, Adolfo Grassi, para a Secretaria de Saúde.

Ao anunciar o nome de Grassi, de acordo com informações de bastidores, aliados de Pátio demonstraram descontentamento com a escolha, já que ele não mora no município e teria antecedentes criminais.

Pátio chegou a negar que Grassi seria descartado. No entanto, na tarde desta quarta-feira (4), o prefeito disse que irá nomear a servidora de carreira, Isalba Albuquerque.

As suspeitas dos antecedentes criminais de Grassi são confirmadas em decisão do juiz Yale Mendes, da 51ª Zona Eleitoral de Cuiabá, que em dezembro de 2015, condenou o secretário-geral do SD por injúria e difamação contra o ex-prefeito Mauro Mendes (PSB). As injúrias foram proferidas durante a disputa eleitoral de 2012.

Na decisão que condenou Grassi a pena de 10 meses e 20 dias de detenção – revertida por prestação de serviços à comunidade -, Yale cita os antecedentes criminais do secretário.

“A sua vida pregressa é desfavorável conforme se depreende dos antecedentes criminais carreados aos autos às fls. 159 e 163/166, dos quais se verifica que Adolfo Grassi de Oliveira já fora processado pelo crime de furto na Justiça Comum do Estado do Acre e por crime contra os costumes (estupro) em Rondonópolis/MT. No entanto, diante do transcurso de mais de 10 (dez) anos, não se pode mais reconhecer os efeitos da reincidência no âmbito criminal”, diz trecho da decisão.

Fac-símile de trecho do pedido de condenação do MPE, contra João Fernando Copetti:

Outro lado

Por meio de sua assessoria de imprensa, Zé Carlos do Pátio saiu em defesa de seus secretários. Em relação a Anderson Flávio de Godoi, o prefeito declarou que o procurador-geral não cometeu o crime que é apontado contra ele. Além disso, Pátio disse que como não há condenação, Anderson Godoi não está impedido de exercer o cargo.

“O procurador-geral do Município Anderson Flávio de Godoi não participou de desvio, apenas emitiu um parecer no dever de sua função enquanto exercia o cargo de procurador geral da Assembleia Legislativa de Mato Grosso em 2013, sem obter vantagem alguma. Não há condenação e nada impede o exercício da função pública”, disse.

Já em relaçao ao secretário de Meio Ambiente, Pátio garantiu que ele está apto a exercer função pública.

“O secretário Municipal do Meio Ambiente, João Fernando Copetti Bohrer, está apto a exercer a função pública. Após transcorrido o devido processo legal, João Copetti voltou ao serviço público e há dois anos exercia a função de gerente de Fiscalização na Semma na administração do ex-prefeito Percival Muniz”, afirmou.

 

Fonte: www.midianews.com.br

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