(Por: Mikhail Favalessa)
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou novamente um pedido de liberdade ao coronel Zaqueu Barbosa, acusado de ser um dos responsáveis pelo esquema de interceptações telefônicas ilegais conhecidas como “barriga de aluguel”. Três ministros seguiram o voto do relator, ministro Ribeiro Dantas, que entendeu que a prisão do militar continua sendo necessária.
A defesa do coronel argumentava que os crimes supostamente cometidos por ele teriam previsão de pena de menos de quatro anos de prisão, o que não justificaria a prisão preventiva. Os advogados também alegavam que não foi respeitado o devido sorteio no Tribunal de Justiça quando o desembargador Orlando Perri foi escolhido como relator do caso e que o coronel não oferece perigo estando em liberdade.
Para Dantas, existem elementos concretos para manter a prisão, como a “manutenção da ordem” e “assegurar a colheita de provas”. O ministro também concordou com a distribuição feita no Tribunal de Justiça.
Zaqueu é apontado como um dos responsáveis pela operação que grampeou telefones de autoridades e profissionais como a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o desembargador aposentado José Ferreira Leite, os advogados eleitorais José do Patrocínio e José Antônio Rosa, o jornalista José Marcondes “Muvuca”, entre outros. O coronel seria o responsável pelas ordens aos militares suspeitos no caso – ele nega.
Uma ex-amante e uma secretária do ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques tiveram telefones grampeados – ele chegou a ser preso em agosto, mas foi liberado por decisão do STJ uma semana depois. Um telefone do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) também teria sido grampeado. O ex-secretário nega participação nos crimes.
Os telefones foram incluídos em pedidos de interceptação telefônica em uma investigação de tráfico de drogas em Cáceres e também nas operações Forti e Querubim.
Atualmente, além de Zaqueu também continua preso o cabo Gérson Luiz Ferreira Correa Júnior, acusado de ser o responsável pelo escritório montado para operação dos grampos telefônicos e pelos pedidos e relatórios de inteligência. O cabo nega ter cometido crimes durante a operação.
Os coronéis Evandro Ferraz Lesco e Ronelson Barros, ex-secretário da Casa Militar e ex-adjunto da Pasta, respectivamente, também são suspeitos de participar do esquema. Eles foram presos e atualmente se encontram em prisão domiciliar. Ambos negam ter atuado nos grampos.