Mauro Mendes (DEM) discursou em reunião fechada com pré-candidatos a deputado estadual e federal do Pros
O ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (DEM) ainda não oficializou seu nome na disputa ao governo nas eleições deste ano. Seu discurso em encontros com pré-candidatos e lideranças partidárias, no entanto, é de quem está em plena campanha eleitoral em oposição ao governador Pedro Taques (PSDB), possível candidato à reeleição.
Em reunião fechada com pré-candidatos a deputado estadual e federal do Pros, realizada na noite da última quinta-feira (24) e cujos áudios o LIVRE teve acesso, Mauro não apenas pontuou problemas que o Estado enfrenta no atual governo, mas também citou aqueles que considera serem equívocos na forma de governar da atual gestão e explicou como lidaria com eles, por meio de exemplos de quando estava à frente da prefeitura.
“Infelizmente o poder exige às vezes coisas de sobre tamanho. Quem fala demais, dá bom dia a cavalo. Na prefeitura eu ouvia as pessoas, mas muitas vezes as pessoas não sabiam nem onde eu estava indo. Se eu vou lá e falo que vou aumentar imposto do setor tal, o setor tal já faz complô contra mim e eu acabo recuando. Não, você tem que ouvir, tem que pedir opinião, mas tem que decidir e fazer. Você implanta e aguenta porque sabe que lá na frente vai colher resultados se aquilo for o correto, o certo, o verdadeiro”, declarou.
O ex-prefeito disse ainda que hoje não vai ser fácil tirar Mato Grosso da realidade difícil em que se encontra, mas garantiu que é possível. “Vai precisar de medidas duras e vai ser para cima de todo mundo. Ou vai continuar nesse negócio aí, salário dia 10, dia 15, dia 20, fornecedor sem receber. Até onde vai isso? É lançando obra e obra sendo parada, porque não tem dinheiro para pagar. Isso não dá, não pode ficar mentindo para as pessoas”, disparou.
Mauro também ressaltou que conhece bem os números do Estado e que a situação é preocupante. “Não gosto de ficar fazendo festival de números, mas Silval Barbosa entregou o governo para Pedro Taques com R$ 800 milhões de restos a pagar. Eu vi o balanço de 2017, são R$ 3 bilhões só no balanço, fora o que passou para a gaveta, isso é preocupante. O que arrecada no mês não paga as despesas correntes do mês. Essa é a realidade hoje do Estado”.
O ex-prefeito, por sua vez, ainda não se declara pré-candidato oficialmente. Ele já afirmou ao LIVRE que sua decisão depende de pesquisa qualitativa e quantitativa que será encomendada pela Executiva Nacional do partido.
Realizado no Hotel Hits Pantanal, em Várzea Grande, o evento foi organizado pelo presidente estadual do Pros, vereador Dilemário Alencar. O partido faz parte da chamada “Frentinha”, composta ainda pelo Podemos, PMN, PRP, Avante e PSDC, que está realizando encontros com todos os pré-candidatos ao governo.
Na próxima sexta-feira (25), os partidos se reúnem com Dilceu Rossato (PSL) e na segunda-feira (26) com o governador Pedro Taques (PSDB). Já foram ouvidas as propostas de Otaviano Pivetta (PDT) e Wellington Fagundes (PR).
Fonte: https://olivre.com.br