Setor diz que a inclusão de aeroportos do interior pode prejudicar rentabilidade do negócio
A inclusão dos aeroportos de Sinop, Alta Floresta, Rondonópolis e Barra do Garças no bloco que inclui o terminal de Várzea Grande é o principal entrave para as empresas nacionais e internacionais interessadas na concessão. Foi o que indicou os bastidores da audiência pública realizada nesta terça-feira (19) para discutir a ideia.
O investimento previsto é outro problema, uma vez que o Governo do Estado quer que a concessionária responsável consiga injetar pelo menos R$ 800 milhões nos cinco aeroportos em 30 anos.
“Não tem nenhum outro projeto tão vultoso assim em Mato Grosso, não é uma coisa comum”, afirmou um representante de empresas interessadas.
“O setor aeroportuário funciona mais em grandes centros ou no litoral”, afirmou. “Em Mato Grosso, por exemplo, somente Cuiabá dá lucro, os demais não têm tanta demanda, seria necessária uma série de parcerias locais para poder garantir a lucratividade”.
O Estado, por sua vez, diz que os terminais podem atrair o empresariado por conta do baixo valor de outorga, de “apenas” R$ 10 milhões. “Em outros aeroportos investe-se menos, porque o valor de outorga é muito alto, e esse dinheiro quase sempre serve para cobrir rombos”, afirmou o secretário de Estado de Infraestrutura Marcelo Duarte.
Na avaliação do empresariado, porém, o baixo valor da outorga não compensa o investimento previsto.
“Só o estudo técnico que foi feito para viabilizar a concessão custou na casa dos milhões, então imagina o quanto não se gasta em custeio em um aeroporto como o de Cuiabá”, comentou o representante do setor.
Concessão em bloco
A concessão em bloco dos aeroportos de Mato Grosso foi uma sugestão do governador Pedro Taques encaminhada à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Os terminais mato-grossenses somaram-se a outros oito aeroportos em todo Brasil, que também serão privatizados durante as rodadas de concessões.
Fonte: https://www.olivre.com.br