Conselheiro afastado diz que acusações de ex-governador não tem “um fiapo de prova”
O conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antônio Joaquim afirmou estar vivendo um “calvário” em razão de uma delação pautada somente na palavra do ex-governador Silval Barbosa, a quem ele classifica como um “gangster”.
“Eu vivo um calvário desde setembro do ano passado, em cima só da palavra de um ladrão confesso, um bandido confesso, um gangster. A palavra dele se tornou tão poderosa que se sobrepõe a qualquer contraponto de minha parte. Nunca fui nem chamado para falar. Já se passaram nove meses. Somente a palavra de um bandido me impôs esse calvário”, disse Joaquim.
Ele convocou uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (26) para rebater declarações dadas por Silval em depoimento prestado à Justiça Federal, num processo relativo ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Eu vivo um calvário desde setembro do ano passado, em cima só da palavra de um ladrão confesso, um bandido confesso, um gangster.
Conforme vídeo divulgado pelo site Gazeta Digital, o ex-governador afirmou ter sido vítima de “chantagem” e “extorsão” de cinco conselheiros do TCE, à época da realização das obras da Copa em Cuiabá e Várzea Grande.
“Nunca fiz chantagem, nunca vou fazer, pois não é minha natureza. Caracterizar esses nove relatórios que assinei como chantagem é uma mentira deslavada, uma tentativa de usar um trabalho técnico, sério como argumento para sustentar essa mentira”, afirmou Joaquim, referindo-se a relatórios produzidos à época das obras relacionadas ao Mundial de 2014.
Ainda conforme o conselheiro afastado, todos os relatórios foram realizados por técnicos do TCE.
Ele citou também que os documentos eram totalmente contrários ao Governo e apontavam, desde o início, que as obras não seriam concluídas a tempo, entre outros pontos.
“O Governo sempre questionava duramente essa trabalho. Daí vocês vêem a canalhice, o cinismo desse homem. Ele fala que respeita os técnicos do TCE, sendo que todos os relatórios são 100% produzidos pelos técnicos. Não pus uma vírgula. Cinicamente coloca em dúvida sete relatórios produzidos por esses técnicos”, afirmou Joaquim.
Projeto frustrado
Não há um fiapo de prova. O procurador da Republica acreditou no ladrão, no cínico, no gangster
Ainda durante a coletiva, Antonio Joaquim criticou o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que assinou seu pedido de afastamento e de outros 4 conselheiros do TCE.
“Não há um fiapo de prova. O procurador da Republica acreditou no ladrão, no cínico, no gangster”, disse.
Joaquim afirmou ter sido punido duas vezes já que, além de ter sido afastado, também ficou impedido de se aposentar e, consequentemente, não pode concorrer ao Governo do Estado, nas eleições deste ano, conforme planejava.
Em razão de não ter o pedido de aposentadoria aprovado, Joaquim perdeu o prazo de filiação para aqueles que vão disputar cargos eleitorais em outubro.
“Só através da palavra do Silval, eu fui julgado. Nem denúncia até hoje eu tenho. Não sou réu em nada. Estou num processo de investigação, quase nove meses afastado. Fui penalizado duas vezes, porque me tiraram o direito líquido e certo de me aposentar. E, então, cassaram meus direitos políticos também, não pude aposentar, não pude filiar, não pude ser candidato”, afirmou.
Fonte: http://www.midianews.com.br