Mendes disse que uma das principais metas é equilibrar as despesas e receitas do Estado
Eleito para governar Mato Grosso pelos próximos quatro anos, o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (DEM) adiantou que terá que tomar “medidas duras” no comando do Palácio Paiaguás já nos primeiros meses de sua gestão.
A principal medida, segundo ele, é conseguir equilibrar a receita e as despesas do Estado. Antes de ser eleito, Mendes já havia afirmado algumas vezes que o déficit nas contas do Governo pode chegar aos R$ 4 bilhões ao final deste ano.
“Teremos que aplicar essa receita e fazer aquilo que é correto e que trará mudança de rumo e resultados melhores ao Estado. A verdade é: Mato Grosso está quebrado”, disse, Mendes em entrevista ao MidiaNews.
Falei de tomar medidas duras para fazer esse Estado voltar a ter equilíbrio entre receita e despesa. Vamos tomar medidas necessárias para nós possamos sair desse buraco, desse atoleiro que nos encontramos
“Desde a campanha eu fiz poucas promessas. Falei de tomar medidas duras para fazer esse Estado voltar a ter equilíbrio entre receita e despesa. Vamos ter que falar a realidade e tomar medidas necessárias para que, num curto e médio prazo, nós possamos sair desse buraco, desse atoleiro em que nos encontramos”, afirmou.
O governador eleito voltou a afirmar que o Executivo hoje tem sérios problemas de caixa e não consegue sequer honrar pagamentos com fornecedores ou repasses obrigatórios para a Saúde dos municípios, por exemplo.
Ele citou que dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) mostram que somente com fornecedores a dívida do Governo chega a R$ 2,2 bilhões.
Mendes lembrou ainda que a atual gestão deixou de quitar o salário do funcionalismo público no último dia útil do mês para fazê-lo no mês dia 10 do mês subsequente ao trabalhado.
“Então, temos aí uma duríssima realidade. Vamos precisar de um esforço de muita gente, de comunicar sempre ao lado da verdade. Não pode ter mais mentira, não pode ficar brincando de lançar obra se não tiver dinheiro”, afirmou.
“Sempre disse que não existe milagre, nem salvador da pátria, nem solução mágica. O que existe é trabalho sério, feito com bom planejamento e com a correta aplicação do dinheiro público”.
Cortes
Mauro Mendes afirmou que, na condição de chefe do Poder Executivo, vai cortar todas as despesas que foram desnecessárias de modo a “dar exemplo” e poder cobrar medidas também dos demais Poderes.
Entre as medidas, ele citou a redução no número de secretarias e órgãos e a redução de cargos comissionados, por exemplo.
“Quais secretarias e todos os demais cortes serão determinados agora num estado com mais profundidade realizado durante a transição. Mas fui eleito dizendo isso ao povo, que precisaríamos reduzir o tamanho do Estado para torná-lo mais leve, mais eficiente e que ele possa custar menos para sobrar dinheiro para investir no cidadão”, disse.
“Tomarei as medidas necessárias e que explicarei a todos. Nenhuma medida será tomada nos bastidores, na calada da noite, nem medidas obscuras. Tomaremos medidas claras que possam ser transparentemente explicadas a sua necessidade e a consequência negativa, caso ela nãos seja tomada”, concluiu.