O PSDB teve o pior desempenho eleitoral da sua história. Por que chegou a essa situação? Qual autocrítica o sr. faz?
Porque ele perdeu a sintonia com a realidade do Brasil, ficou distante. E essa reaproximação se faz pelo voto, pela campanha, pela democracia, pelo contato com o povo, na rua, no chão de fábrica.
Perdeu por quê?
Porque não fez, não se posicionou. Perdeu o chão de fábrica, ficou no escritório. Tem de descer para o chão de fábrica, conversar. São essas pessoas que, nessa analogia, representam o povo. Esse é o benefício da campanha eleitoral, falar com quem decide. Isso o PSDB, salvo exceções, perdeu nessa eleição.
Mas o PSDB foi o maior vitorioso nas eleições de 2016. Essa decadência não está atrelada às denúncias de corrupção contra lideranças tucanas?
Também. Não foi apenas isso. Em 2016, a grande vitória do PSDB foi a nossa vitória aqui em São Paulo em primeiro turno. Ela foi a grande influenciadora das eleições municipais em segundo turno na maioria das capitais e cidades brasileiras. Agora, há que se reconhecer que situações que envolveram nomes do PSDB pós esse período contribuíram, sim, para um desgaste do partido.
O sr. teve agora menos votos na capital do que em 2016 e ganhou no interior. Por que perdeu onde foi gestor?
Não foi pela gestão. Foi pelo fato de ter deixado a Prefeitura. Aliás, foi a alegação de todos, inclusive do meu adversário, que nunca disse que fui um mau gestor. Não foi o fato de termos errado, cometido equívocos sucessivos, ou termos feito ou admitido falcatruas, ou situações que pudessem manchar nossa reputação.
Pela força do Estado e por ser o maior colégio eleitoral, já cogitam que o sr. possa disputar a sucessão presidencial em 2022.
Não é hora de falar sobre isso.
Mas o sr. promete ficar no cargo até dezembro de 2022?
Não é hora de falar nisso. Temos de falar de propostas, compor o governo, falar de gestão. Acabamos de eleger Jair Bolsonaro, todo apoio a ele. Vamos fazer o foco nisso.
Não há negativa então?
Nem há negativa nem afirmativa. Vamos fazer foco no que é importante. O importante agora é apoiar o Bolsonaro para que ele possa fazer um bom governo. Proteger o Brasil com mais empregos, mais renda. Não temos nem de pensar em 2022 e nem sequer nas eleições de 2020.
Fonte: www.terra.com.br/noticias