Por: CAMILA RIBEIRO
O deputado federal Carlos Bezerra (MDB) criticou a escolha do economista Paulo Guedes para comandar o Ministério da Economia no governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
Na avaliação do emedebista, ao optar pelo banqueiro (Guedes foi fundador do Banco Pactual, além de ter criado e dirigido fundos de investimentos e empresas), Bolsonaro coloca o “lobo para cuidar do galinheiro”.
“Para começar, ele escolheu para a área econômica um banqueiro, escolheu o lobo para tomar conta do galinheiro. Acontece em todo Governo e dá errado por isso”, disse Bezerra em entrevista ao Jornal do Meio-Dia, da TV Villa Real
“A crise no país está em cima da política econômica. [Essa prática ocorre] desde a ditadura, veio a República, veio PSDB, PT, MDB e todos mantiveram essa política econômica e isso não existe em lugar nenhum do mundo, só no Brasil”, acrescentou.
Questionado se caberia ao Congresso Nacional enfrentar os banqueiros, Bezerra disse que não.
A tarefa, segundo ele, compete ao presidente eleito. Conforme Bezerra, Bolsonaro precisaria tomar medidas como auditar a dívida pública do Brasil.
Ele critica, por exemplo, a cobrança dos chamados juros compostos em cima da dívida. A prática, segundo Bezerra, é proibida, mas acontece normalmente no país.
“Quem tem que enfrentar os banqueiros é o presidente da República, como Getúlio Vargas enfrentou, em 1931. Brasil estava numa grande crise, ele suspendeu o pagamento da dívida, aditou e a dívida caiu 60%. Ele enfrentou os banqueiros e o Brasil passou a pagar a dívida corretamente, a pagar o que era correto”, disse Bezerra.
“A nossa dívida é uma roubalheira, mais de R$ 1 trilhão e tudo na roubalheira do juro composto. A Constituição proíbe, tem uma súmula do Supremo que proíbe, no entanto, cobra-se abertamente contra a lei. Então, a crise no Brasil está nisso. Quem não atacar isso, não muda”, afirmou.
Segundo Bezerra, em razão do nomes escolhido por Bolsonaro, a perspectiva é de que não haja mudanças positivas no cenário econômico do País.
“Não vai mudar nada, vai continuar a política de concentração de renda e esse engessamento do país. O Brasil está como o cidadão que tem uma pequena empresa, dois, três filhos na escola e quer melhorar a educação do filho, quer melhorar o seu negócio, mas o que recebe no final do mês é para pagar 4 , 5 agiotas. O dinheiro não dá para pagar nem o agiota e ele fica preso nessa situação. A situação do País é essa. Tem que destravar isso”, concluiu Bezerra.
Fonte: midianews.com.br/politica