03/10/2024

“Faltou sensibilidade a Temer; é preciso considerar as diferenças”

Por: CAMILA RIBEIRO

O deputado federal eleito Emanuel Pinheiro Primo, o Emanuelzinho (PTB), defendeu a reforma da Previdência no País, mas apontou falta de sensibilidade do presidente Michel Temer (MDB) no projeto enviado ao Congresso.

Segundo ele, ao propor qualquer mudança nas formas de aposentadoria, é necessário levar em conta as diferenças sociais, regionais e econômicas da população, por exemplo.

“Uma pessoa que vive hoje no Nordeste, que trabalha no campo, um mototaxista, que trabalha no dia-a-dia, no sol quente, não pode ter o mesmo regime de contribuição, o mesmo valor de contribuição, que nós, por exemplo, que também fazemos um trabalho digno, mas que estamos no ar-condicionado, recebemos salário melhor”.

“Não dá pra colocar todo mundo num mesmo pacote, como se todo mundo conseguisse contribuir da mesma maneira e querer que a Previdência se iguale dessa forma. Não se pode colocar todo o problema e o peso da Previdência do País, nas costas do trabalhador simples. Que foi o que aconteceu”, afirmou.

 

Segundo ele, o texto da forma como foi apresentado pelo presidente não é a única solução para sanar os problemas da Previdência.

 

Emanuelzinho afirma acreditar que o presidente Temer estava bem intencionado quando propôs a medida, mas, além de certa insensibilidade, não soube dialogar com a população.

 

“Existe uma série de alternativas que podemos modificar, tanto nas questões regionais, como nas questões das profissões, categorias, pode ser exigido um sacrifício de cada um, na medida e proporção que cada um aguenta”, disse o deputado.

 

“Então, é preciso uma reforma que seja dialogada com as diversas categorias, com os segmentos sociais, avaliando o que cada classe social consegue contribuir, seguindo o princípio da isonomia, tratando os iguais de maneira igual e os desiguais de maneira desigual, para que se consiga promover a igualdade”.

 

Déficit

 

Emanuelzinho disse que uma série de fatores levou aos problemas enfrentados na previdência.

Ele citou números do orçamento do País, que é de R$ 3,5 trilhões neste ano. Deste montante, R$ 2,5 trilhões são para despesas financeiras (juros para banco e rolagem da dívida).

O valor restante, conforme o deputado eleito, é para investimentos e para custear a Previdência.

“A Previdência hoje funciona em um regime de repartição. Eu que tenho mão de obra ativa contribuo para que a pessoa que está aposentada receba. Acontece que há 50, 60 anos, a taxa de natalidade e no país era muito maior. A taxa de natalidade diminuiu muito e a expectativa de vida – que àquela época beirava os 65 anos – hoje está em 73, 75 anos de idade”, disse.

“Há uma estimativa dos especialistas de que naquela época havia cerca de seis pessoas trabalhando para pagar uma aposentada. Hoje está em cerca de 1,5 pessoa trabalhando para que outra receba. Associa-se isso a fraudes que ocorrem no sistema. É isso que está acontecendo”, acrescentou.

Fonte: http: midianews.com.br/politica

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