Por: Lázaro Thor Borges
A Secretaria de Estado de Cidades (Secid) sugeriu a integrantes da equipe de transição do governador eleito Mauro Mendes (DEM) que ele dê continuidade às obras paralisadas do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). A continuidade do projeto é defendida, principalmente, pelo secretário-adjunto de Obras do VLT, José Picolli Neto, que realizou uma apresentação aos integrantes da transição mostrando quanto seria preciso desembolsar para terminar o modal e qual a melhor forma de fazer isso.
Todas as informações sobre o VLT já foram disponibilizadas pela equipe da Secid através de uma apresentação, que continha também dados sobre o quanto o governo precisará gastar para concluir a obra. O valor, no entanto, não foi informado, já que Picolli espera apresentar os números primeiro ao novo governador, que está em período de férias.
“A solução é continuar, é fazer. Não podemos jogar fora isso, não tem como jogar fora o equipamento, vai fazer o quê? Você não consegue vender. Como que vai vender os trilhos por 10% do valor?”, questiona Picolli.
Na avaliação do secretário, Mato Grosso não pode cometer com o VLT o mesmo erro que foi cometido na Bahia, com o metrô de Salvador, que ficou parado por 14 anos.
O VLT não saiu do papel desde que foi anunciado como alternativa de mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014. A última paralisação das obras ocorreu em 2017, por conta da Operação Descarrilho, que descobriu pagamento de propina entre membros do governo e empresas do consórcio que tocava as obras.
Mauro Mendes tem dito desde a campanha que vai estudar o caso com cuidado e já previu a necessidade, pelo menos, um ano para tomar uma decisão da qual, segundo ele, o Estado não se arrependa. O secretário-adjunto, no entanto, defende que esse tempo não é necessário. Segundo Picolli, a decisão pode ser tomada em um dia, basta que o relatório apresentado por ele seja considerado. O estudo já aponta que a solução é continuar o projeto.
Caso aceite a sugestão, caberá a Mendes pensará em uma forma de investir nas obras, uma vez que a Assembleia Legislativa arquivou, nesta quartafeira (21), um pedido do governador Pedro Taques (PSDB) para emprestar R$ 800 milhões da Caixa Econômica Federal. A operação foi vista como dispendiosa pelos deputados e seu arquivamento, segundo os parlamentares, servirá para dar mais liberdade a Mendes.
“O Estado não tinha condições de pegar emprestado os R$ 800 milhões, ainda mais naquela condição de juros de quase 15% ao ano. Agora são eles que vão ter que ver, a solução foi encaminhada e foi apresentada, está nas mãos deles, vão decidir se dão continuidade ou não”, reiterou Piccoli.
Fonte: www.gazetadigital.com.br