Revelações estão em delação premiada feita por médicos que foram soltos na semana passada
Uma conexão entre as cidades de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Cuiabá serviria para lavar parte do dinheiro que era usado para abastecer políticos e agentes públicos em esquemas investigados pela Operação Sangria.
Segundo apurou o MidiaNews, valores oriundos de contratos entre órgão públicos (do Estado e de Cuiabá) e as empresas Proclin, Qualycare e Prox Participações eram remetidos à conta de doleiros, na cidade que faz fronteira com o Brasil, e retornavam a Cuiabá em espécie, através de voos fretados em aeronaves de pequeno porte.
Esse dinheiro teria abastecido dezenas de campanhas eleitorais, no ano passado, e eram distribuídos por agentes ligados a políticos de expressividade em Mato Grosso.
O modus operandi do grupo que operava o esquema tinha por objetivo livrar a movimentação financeira dos mecanismos de controle adotados no Brasil – como o monitoramento de transações bancárias suspeitas.
As revelações, segundo fonte, constam em delação premiada que teria sido formalizada com a Justiça pelos médicos Huark Correa, Luciano Correia Ribeiro e Fábio Liberali Weissheimer, três dos acusados de esquemas na área da Saúde.
Eles estavam presos desde o final de março passado, e foram soltos na última sexta-feira (3) pela juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
Na decisão, ela substituiu a prisão por medidas cautelares, e deixou claro a colaboração dos réus – que confessaram que pagavam, mensalmente, propina a agentes públicos.
Os médicos, segundo a decisão da juíza, também admitiram fraude em pelo menos uma licitação relacionada à prestação de serviços ao Hospital São Benedito.
Sangria
A Operação Sangria apura crimes de fraudes em processos licitatórios de contratos envolvendo serviços médicos. Além da fraude, as investigações apontam para o superfaturamento e pagamento de propina para a continuidade dos contratos celebrados entre as empresas e o Poder Público.
A primeira fase foi deflagrada no dia 4 de dezembro, pela Delegacia Fazendária. Já a segunda fase foi deflagrada após os investigadores tomarem conhecimento de que os envolvidos estavam destruindo provas e coagindo testemunhas.
A investigação da operação Sangria apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros.
Fonte: https://www.midianews.com.br