Ex-governador Júlio Campos diz que Bolsonaro erra no uso “incontrolável” das mídias sociais
O ex-governador Júlio Campos (DEM) afirmou que a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) está sendo marcada por erros e acertos. Para ele, o principal problema tem sido o uso “incontrolável” das mídias sociais.
Recentemente, Bolsonaro compartilhou em suas redes uma mensagem em que afirma que o país “é ingovernável” sem os “conchavos” que ele se recusa a fazer. O texto foi lido por líderes do Legislativo como mais um sinal de desrespeito do presidente aos parlamentares.
Para Júlio, a atual gestão precisa de um “freio de arrumação”.
“Bolsonaro tem erros e acertos. Hoje, infelizmente, o governo está errando muito, principalmente no uso incontrolável das mídias sociais. Ao invés de ajudar, atrapalha o andamento do governo, o andamento das votações no Congresso e causa esses atritos”, disse.
“Eu acredito que está na hora de um freio de arrumação no governo. Controlar um pouco o tuiteiro Bolsonaro nas suas rompantes, e os seus três filhos, que não são fáceis de administrar. Eles causam mais problema que apoio”, afirmou.
Bolsonaro tem erros e acertos. Hoje, infelizmente, o Governo está errando muito, principalmente no uso incontrolável das mídias sociais.
O ex-governador, que também já foi senador e deputado federal, disse que o presidente e sua equipe precisam saber dialogar melhor com o Congresso.
“Governar é a arte de saber dialogar, fazer política. Não é fisiologismo. Ninguém quer empreguismo, nada de errado. Mas querem ser ouvidos e dar palpite para melhorar qualquer atuação. E o governo tem que entender que, para governar uma nação multicultural como o Brasil, tem que ter muita paciência”, disse.
“Ouvir menos aquele cidadão Olavo Carvalho, astrólogo, filósofo, sei lá o que ele é, que é lá dos Estados Unidos, ausente do Brasil há mais de 20 anos, quer dar ordem para o povo brasileiro, quer criticar os militares que compõem o governo e são o esteio da atual administração”, afirmou.
Sem oposição
Júlio ressaltou que o governo conta com três nomes do Democratas: ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni, o ministro da Saúde Luiz Mandetta e a ministra da Agricultura, Cristina Tereza.
Segundo ele, os democratas estão no Governo por escolha de Bolsonaro, e não por indicação política.
Apesar disso, defendeu que a sigla apoie as principais pautas da atual gestão.
“Neste instante eu acho que fazer oposição radical ao governo Bolsonaro é prejudicar o Brasil. Prejudicar o desenvolvimento nacional. Temos que apoiar a reforma da Previdência, a reforma política do País, apoiar a reforma tributária. São várias metas do presidente Bolsonaro que coincidem com as bandeiras do estatuto do DEM”, disse.
“Além do mais, o DEM tem três ministros que compõem o governo. Mas o DEM não está fazendo parte oficialmente do governo. As escolhas que o presidente fez de pessoas qualificadas do DEM para compor seu governo não foram indicações partidárias. Os nossos parlamentares podem votar de acordo com sua consciência. Mas, claro, que a maioria apoia o Governo Federal”, completou.
Neste domingo apoiadores de Bolsonaro fazem atos em todo o Brasil em apoio ao governo e às reformas.
Fonte: https://www.midianews.com.br