“Não tem como enjoar de pequi com galinha caipira”, afirma Emanuel, morador de Nossa Senhora do Livramento
O sitiante Emanuel Santos Arruda, 28 anos, escuta pelo menos 100 vezes por dia a mesma pergunta: “quanto custa o saco do pequi?”.
Ele é um dos vendedores do fruto que ficam à beira da rodovia MT-060, que passa por Nossa Senhora do Livramento (38 km de Cuiabá).
Vende, em média, 50 sacolas por dia durante a colheita, que vai até final de janeiro. E, além de comerciante, considera-se um apreciador nato do fruto.
Com toda a sua experiência, explica aos compradores que um saco, com 2 dúzias e meia – mais ou menos – atende um casal que gosta muito do pequi.
Caso a família seja maior, ele oferece a promoção, dois sacos por R$ 15.
Apesar de fazer essa conta para os clientes, ele explica que se considera diferente. É um cara que não apenas gosta, ele gosta “demáX”.
Então, para se sentir satisfeito, são necessárias duas dúzias e meia por refeição. “Esta quantia é só por almoço. Depois, tem que cozinhar mais”.
Isso mesmo, estamos falando de uma pessoa que come 30 unidades de pequi em uma sentada.
Para ele, o pequi é bom de qualquer jeito. Mas, com galinha caipira fica perfeito (veja receita no final da matéria).
Ele indica a receita para todos os clientes que pedem e diz que não tem como enjoar.
Colheita
Este ano, o pequi começou a amadurar cedo e está menor em comparação ao ano passado.
Emanuel explica que a colheita costuma começar no final de novembro, mas no dia 13 deste mês o fruto já estava caindo.
Segundo Emanuel, o pequi não pode ser tirado do galho. Os das árvores ainda estão verdes e ficam com o sabor ruim.
Ele vai duas vezes às fazendas de gado da região ou ao Cerrado para fazer a coleta.
“No pasto é melhor porque tá tudo limpo. Na mata, tem mais, mas fica escondido embaixo das folhas”.
Os frutos são colocados no saco e descascados no local de coleta. Depois, dividido em sacos plásticos pequenos e oferecidos na estrada.
Nos meses do pequi – novembro, dezembro e janeiro –, a renda familiar de Emanuel recebe um reforço de até R$ 1,2 mil por mês.
Ele conta que muitas pessoas fazem a coleta, mas nem todos querem ir para a pista. Acabam vendendo para um atravessador, que paga R$ 3 a cada duas dúzias e meia, e revende no centro de Cuiabá.
Quem tem tempo e disposição consegue bem mais na rodovia.
Outras opções
O livro Cultura Mato-grossense – Festas de santo e outras tradições, do autor Roberto Loreiro, oferece algumas delícias feitas com pequi.
FONTE: https://olivre.com.br