Defesa de Rowles diz que ele ainda tem contrato de intenções de compra de empresa
Cerca de 500 kg de cocaína foram apreendidos dentro de um avião, no Aeroporto Internacional de Salvador, na última terça (9). A apreensão foi feita pela Polícia Federal (PF), que informou que a droga estava escondida em uma aeronave de uma empresa privada, cujo o sócio é o advogado Rowles Magalhães Pereira da Silva, que ficou conhecido em Mato Grosso após ser pivô de denúncia sobre o pagamento de propina nas obras do VLT.
O voo tinha como destino à Europa. Segundo o advogado de defesa de Rowles, Ricardo Monteiro, ele adquiriu a empresa com outro sócio, mas que ainda não detêm o direito e sim o contrato de intenção. No dia da apreensão, cinco pessoas foram conduzidas para a Polícia Federal, ouvidas e liberadas. A PF investiga o caso.
A polícia foi chamada depois que funcionários da empresa de táxi aéreo desconfiaram do carregamento que estava no avião. A droga foi encontrada por cães farejadores da Coordenação de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil. De acordo com a SSP-BA, o material foi encaminhado à Superintendência Regional da Polícia Federal, junto aos tripulantes que foram prestar depoimento. No total foram 578 kg.
A reportagem tentou contato a PF de Salvador, mas não obteve retorno. Já a defesa de Rowles explica que ele adquiriu uma empresa de Portugal, mas ainda está com contrato de intensões, pois falta aprovação do financiamento de um banco português para a liberação do dinheiro. A transferência da empresa de forma definitiva somente ocorrerá mediante o pagamento total.
Monteiro destaca que o avião saiu de São Paulo e iria para Portugal, contudo, devido a um problema mecânico, teve que fazer um pouso em Salvador. O jurista ressalta que a situação não interfere na transação da compra definitiva da empresa.
As investigações prosseguem para identificação dos responsáveis pela carga ilícita, que poderão responder pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, previstos nos artigos 33 e 35 da Lei 11.343/2006, cujas penas, somadas, podem chegar a 25 anos de reclusão.
Delatado
Rowles, que foi assessor do ex-vice-governador Chico Daltro, ficou conhecido depois de denunciar esquema de pagamento de propina do VLT. Em 2019, chegou a ter os bens bloqueados após cer citado em delação do ex-governador Silval Barbosa.
Nela, Silval conta que deu R$ 1 milhão para o “lobista” para não ser importunado sobre procedimentos referentes ao VLT. Esse é um dos casos que fazem parte da Operação Descarrilho.
Fonte: https://www.rdnews.com.br/policia/pf-apreende-meia-tonelada-de-cocaina-em-aviao-de-empresa-que-rowles-e-socio/140325