25/04/2024

Delegado diz que projeto do VLT está ultrapassado e afirma que novo modal reduzirá problemas no trânsito (09/11/2019)

O titular da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran), Christian Cabral, afirmou que o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) está ultrapassado. Segundo ele, o modal deveria ser projetado de forma elevada e não no nível das pistas que existem por Cuiabá e Várzea Grande, que já estão ‘estranguladas’. Além disto, afirmou que o custo para a implantação do projeto é grande, mas necessário. Além disto, ele deverá proporcionar uma redução nos custos que se tem com acidentes, pronto-socorro e seguros.

“Há muito tempo se discute em Cuiabá a continuidade do VLT, o custo disto. Ao analisarmos isto, temos que mensurar quanto custa para a Capital insistir nesta política de priorização do transporte individual de veículos automotores. Enquanto não enxergamos a necessidade de mudar a política de mobilidade urbana e investir no transporte coletivo de segurança e baixo custo, vamos continuar com um alto índice de acidentes, com custos gigantes para o poder público”, explica o delegado em entrevista ao Olhar Direto.

Christian pontua que é preciso colocar na conta também o número de vidas que poderão ser poupadas com um transporte público de qualidade. “Se colocarmos na planilha quantos custam as vidas perdidas, lesões e deformidades sofridas, prejuízos materiais, transtornos gerados a economia, gastos com acionamento da segurança, saúde e seguro social, não tem limite de gasto”.

“Se alguém se machuca ou morre, para o Estado é menos uma arrecadação, uma pessoa para estar usufruindo do serviço do Estado. É um leito ocupado por uma pessoa que não precisaria estar lá. Se a pessoa morre, é uma despesa. Ela mesmo estaria contribuindo com o Estado, pagando seus impostos”, comenta o delegado.

Por fim, o delegado conclui que o projeto do VLT, como está, já seria ultrapassado para Cuiabá e Várzea Grande. “Estaria em passagem de nível, o que causa afunilamento das vias por onde passa. A solução hoje seria que fosse de forma elevada, para que pudéssemos manter ou aumentar o número de faixas. A avenida da FEB é um exemplo, já está saturada”.

VLT

Iniciada em agosto de 2012 e com mais de R$ 1 bilhão já aplicados para o “novo” modal de transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande, os trilhos que guiariam o VLT nos dois municípios quase não existem, e os que já foram construídos estão se deteriorando, juntamente com os vagões que estão estacionados no Centro de Controle Operacional e Manutenção, localizado em Várzea Grande e que, por curiosidade, também está se definhando por falta de manutenção.

Parada desde dezembro de 2014, o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos será composto por duas linhas (Aeroporto-CPA e Coxipó-Porto), com total de 22 km de trilhos e terá 40 composições, com 280 vagões. Cada composição tem capacidade para transportar até 400 passageiros, sendo 72 sentados.

Serão 33 estações de embarque e desembarque e três terminais de integração, localizados nas extremidades do trecho, além de uma estação diferenciada onde também poderá ser feita a integração com ônibus.

Estudo

O prazo do estudo técnico do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), cuja obra foi iniciada em agosto de 2012 e com mais de R$ 1 bilhão já aplicados, foi prorrogado por mais 120 dias pelo secretário nacional de Mobilidade Urbana e Serviços Urbanos, Ricardo Caiado de Alvarenga.

O estudo está sendo feito por um Grupo de Trabalho composto por vários órgãos, e comandado pela secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, vinculada ao Ministério de Desenvolvimento Regional. A prorrogação ocorreu após nota técnica expedida pelos próprios órgãos do Ministério, documento que apontou a necessidade de mais prazo para a conclusão da análise sobre o modal.

“O problema que envolve o VLT é muito complexo. A obra foi financiada com recursos federais, tem dinheiro da Caixa Econômica Federal, por meio do FGTS, e está parada por conta da rescisão do contrato, mantida pela Justiça”, explicou o governador Mauro Mendes.

O governador também ressaltou que além da demora no término da obra e as questões judiciais que permeiam o contrato, outro fato grave envolvendo o VLT é o esquema de corrupção delatado pelo ex-governador Silval Barbosa à Procuradoria Geral da República, dando conta de um amplo esquema de pagamento de propina.

 

FONTE: https://www.olhardireto.com.br

Similar Articles

Comments

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Advertisment
DP TESTE

Powered by WP Bannerize

Recentes

Advertisment
CNH

Powered by WP Bannerize