Assim como nas ruas, a classe política repercute nesta terça-feira (2) os efeitos práticos que poderão ser avistados nas cidades mato-grossenses nos próximos 15 dias com o decreto expedido pelo Governo de Mato Grosso, visando instituir medidas mais severas em relação a circulação de pessoas e funcionamento dos comércios.
A principal crítica recai sobre a condição de obrigar o fechamento de empresas das 19 às 5 da manhã. Para o deputado estadual, Claudinei Lopes (PSL), o foco prioritário deveria ser reforçar a fiscalização para inibir aglomerações em festas clandestinas, bem como aumentar leitos de UTI pra COVID.
“Primeiro que o governador já deveria ter feito essa reunião com os prefeitos bem antes, ouvindo os problemas de cada município. É preciso ter cuidado com isso, não adianta fechar comércio, restringir o trabalho das empresas, gerar mais desemprego e não resolver (…) A população tem culpa, políticos têm culpa, inclusive com as eleições 2020, mas bares e lanchonetes precisam funcionar, gerar renda. Tem de haver um alinhamento e intensificar a fiscalização em cima das aglomerações, isso vai dar resultado, sem fechar tudo”, analisa.
Especificamente sobre a abertura dos novos leitos, Claudinei não aceita a fala de que isso não é possível porque não há mão de obra. “Diante da urgência, vai ter de contratar enfermeiros, médicos. Que se faça contratos individuais, enfim, é preciso avançar. As contratualizações precisam ser feitas, parcerias com municípios que têm condições. Não adianta lavar as mãos e dizer que não dá porque não tem pessoal, isso é um absurdo”, criticou.
Já o parlamentar Thiago Silva (MDB) também não quer um lockdown total, mas aceita medidas restritivas e reconhece a dificuldades de expandir a oferta de vagas para pacientes graves. “A gente está preocupado com a situação, aumentou significativamente os casos de COVID e com isso as nossas UTIs estão lotadas. Sou contra o Lockdonw 100%, mas sou a favor de medidas mais duras. Está chegando uma situação que não há como mais garantir a abertura de novas UTIs. Defendo medidas mais duras para que a situação não piore”, pontua.
Um dos posicionamentos que mais chamou a atenção foi de Janaína Riva (MDB), deputada estadual que é tida como aliada da atual gestão estadual. A parlamentar criticou duramente os termos propostos. “Não podemos ignorar o fato que as pessoas precisam trabalhar, comer e alimentar seus filhos. A restrição de horários pode causar mais aglomerações do que já acontece. O toque de reconhecer pode jogar na miséria milhares de autônomos que vivem do espetinho, do açaí e de atividades informais
A deputada afirmar que os políticos precisam entender o momento, onde em um de pandemia muitas empresas foram fechadas, milhares de empregos perdido e agora, mesmo com a vacinação iniciada, a sensação é de que está havenda uma retração e monta-se um cenário de futuro incerto.
“Se eu vivesse de vender “baguncinha”, por exemplo, como iria comprar alimento e remédio para meus filhos?”, indagou, sugerindo toque de recolher as 22 horas, com mercados e demais atividades essenciais disponíveis todos os dias até as 21, bem como bares e restaurantes, além de fiscalização rigorosa pra conter aglomerações.