Foram necessários apenas quatro jogos na Copa das Confederações para que a utilização do árbitro de vídeo, o agora famoso VAR (na sigla em inglês), desse o que falar. Seja pelo tempo de espera, pelas comemorações pela metade ou pelo grito de gol dos narradores interrompido pelo gesto do dono do apito – o de mostrar uma televisão, em alusão ao pedido de auxílio do replay –, há quem se confunda com as regras e até aqueles que já disparam contra o recurso.
Giulliano Bozzano, presidente da comissão de arbitragem da Federação Mineira, deu sua opinião sobre o tema do momento. O ex-árbitro ressaltou a diminuição considerável do tempo de decisão dos árbitros, que já gira em torno de menos de um minuto, além do papel do bandeirinha, talvez o principal alvo do VAR e que terá suas decisões, daqui para frente, bastante questionadas.
“Acho que o tempo não deve ser nossa preocupação neste momento. Devemos nos preocupar com o treinamento para que isso dê certo. A tendência, claro, é que isso diminua e torne a partida célere. Em relação aos assistentes, eles têm que se acostumar, todos eles sabem que existe uma tecnologia, sabem que existem as câmeras, e tenho certeza de que eles não se importam de suas decisões serem corrigidas pela tecnologia”, analisa Bozzano.
E o presidente da comissão de arbitragem não tem dúvidas de que, mesmo contestada por alguns saudosistas, a tecnologia no futebol é um caminho sem volta.
“Não é mais possível que os juízes sejam julgados pelas câmeras, por várias delas, com alta definição, e eles não possam se utilizar das mesmas imagens para corrigir ou para decidir algo”, analisa Bozzano.
Nesse momento de testes, uma vez que o grande objetivo da Fifa é a plena utilização do recurso na Copa de 2018, será necessário compreensão. Pelo bem do futebol, o bom senso precisa prevalecer, dando fim às injustiças históricas que sempre marcaram o esporte mais popular do planeta.
“Não é justo que equipes ou países fiquem fora de competições em virtude de situações que possam ser corrigidas pela tecnologia. O custo do VAR é ainda muito alto, temos que nos acostumar com testes e ajustes, isso é perfeitamente normal quando mudanças desse porte ocorrem. Já passou da hora de nós, árbitros, utilizarmos a mesma tecnologia que nos julga”, conclui Bozzano.
Até aqui. Ao fim da 1ª rodada da fase de grupos, videoarbitragem já foi usada em cinco ocasiões, todas em situações de gol: quatro relacionadas com impedimentos e outra com uma mão na bola.
Decisão final do lance caberá sempre ao árbitro de campo
Quando. O recurso do árbitro de vídeo que está sendo utilizado na Copa das Confederações pode ser acionado em quatro situações: se houve irregularidade em algum gol, se a marcação do pênalti é correta ou não, se uma falta merece ou não cartão vermelho e para ajudar o árbitro a identificar um jogador na hora de adverti-lo.
Decisão. Em todas a situações, a palavra final caberá sempre ao árbitro da partida. O brasileiro Sandro Meira Ricci é o único brasileiro nos quadros de arbitragem do torneio.
Testes. A novidade já foi testada no Mundial de Clubes e na Copa do Mundo Sub-20, na Coreia do Sul. No Brasil, o recurso foi utilizado na final do Pernambucano, em maio.
Fonte http://www.otempo.com.br